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quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Zé do Caixão - Amado Ícone do Horror Brasileiro.


Consagrado um dos Mestres do Terror Nacional e Mundial, José Mojica Marins veio ao mundo na Vila Mariana (SP) em março de 1936, numa sexta-feira 13.

Conhecido por suas longas unhas, filmagens macabras e pragas, Zé do Caixão nasceu de um pesadelo de Mojica, onde o diretor via-se sendo arrastado por um cemitério por uma figura sombria. Em determinado momento do sonho, Mojica via que seu sequestrador era ele mesmo, levando-o para seu próprio túmulo. Então Mojica Acordou assustado, porém decidido a mudar o rumo de sua vida: nascia não toda sua grande carreira de astro do terror brasileiro.


Quando José Mojica tinha quatro anos de idade, sua família se mudou para os fundos de um cinema na Vila Anastácio. Aos nove anos já demonstrava grande criatividade e interesse pela arte, fazendo bonecos para brincar de marionete no porão de casa, dirigindo peças teatrais da escola etc. Mojica sempre teve apoio dos seus pais e aos doze anos de idade ganhou uma Câmera V-8, com a qual não parava de fazer filmagens artesanais. José Mojica Marins aprendeu a fazer cinema sozinho e devido falta de recursos técnicos usava o que tinha ao seu alcance.

Aos 17 anos, com a ajuda de alguns amigos, Mojica fundou Companhia Cinematográfica Atlas, onde ensinava sobre interpretação e fazia experimentos com atores amadores usando insetos, como grandes aranhas, para medir a coragem dos mesmos.

Foi com seu português errado e improvisação que José Mojica Marins lançou o filme experimental chamado “Sentença de Deus”, mas foi com “A sina de um aventureiro”, que Mojica fez sucesso pela primeira vez.


Mas a fama realmente veio após o dia 11 de outubro de 1963, após ser atormentado por um terrível pesadelo – e baseando-se no mesmo – foi criado o personagem Zé do Caixão, vivido pelo próprio autor, pois Mojica não achou ninguém digno de representar tal papel. A primeira aparição de Zé foi no filme “A meia-noite levarei a sua alma”, lançado no mesmo ano de criação do personagem, que teve vestes inspiradas em uma figura de cultura afro-brasileira e no classicismo de Drácula. Após o sucesso nas bilheterias, Zé do Caixão apareceu em diversos filmes. Com o tempo o nome do personagem passou a confundir-se com o do próprio autor.


No primeiro filme de Zé do Caixão, ele era um homem desiludido com a vida, por não conseguir uma mulher que lhe desse o filho perfeito. No segundo filme, inicia seu reinado realizando uma viagem ao inferno. Porém o mais importante filme da série de Zé do Caixão foi “O Despertar da Besta - Ritual dos Sádicos”, lançado 1969, mas censurado pelo Governo Militar. Mojica lutou grandemente contra a censura, ganhou popularidade e começou a ser retratado continuamente em programas de grandes mídias como a Rede Bandeirantes com "Além, muito além do além" e a TV Tupi com "O Estranho mundo de Zé do Caixão" e "Cine Trash".
Com o final da censura e com o pseudônimo de J. Avelar, dirigiu vários de filmes de sexo explicito, atividade que interrompeu no início da década seguinte para voltar a interpretar seu personagem mais famoso. Estreou através da Rede Record uma nova série: "Um Show do Outro Mundo", com contros de terror apresentados por Zé do Caixão.


Trabalhos mais conhecidos:

Como diretor.


1958 - A Sina do Aventureiro

1963 - À Meia-Noite Levarei Sua Alma

1966 - Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver

1967 - O Estranho Mundo de Zé do Caixão

1968 - Trilogia do Terror
1969 - O Despertar da Besta
1974 - Exorcismo Negro
1976 - Inferno Carnal
1977 - Delírios de um Anormal
1977 - A Estranha Hospedaria dos Prazeres
1981 - A Encarnação do Demônio
2008 - Encarnação do Demônio.

Como ator.

1966 - O Diabo de Vila Velha
1976 - A estranha hospedaria dos prazeres
1982 - O Segredo da Múmia
1986 - A Hora do Medo
2005 - A Marca do Terror
2009 - A Cruz e o Pentagrama




José Mojica Marins foi sendo documentado por grandes cineastas até ficar conhecido como Mestre do Terror Brasileiro e nos Estados Unidos foi reverenciado como Coffin Joe e a partir disso,  foi reverenciado mundialmente. 

Além de títulos lançados no Brasil e nos EUA, Mojica teve também lançamentos pela Europa. Participou de mostras e festivais nestes lugares, onde recebeu muitos prêmios.

  • Zé do Caixão foi homenageado pela escola de samba Unidos Da Tijuca em 2011.
  • A Editora Darkside Books levou às prateleiras dos fãs do mundo sombrio e do cinema, uma obra de arte literária retratando a vida de José Mojica Marins juntamente a seu personagem Zé do caixão. O livro foi lançado em novembro de 2015 e continua sendo grandemente procurado.
  • Em 2015 José Mojica e Zé do Caixão foram interpretados fielmente pelo ator Matheus Nachtergaele numa minissérie biográfica lançada pelo canal Space.
  • No ano de 2016 a banda Maldita lançou uma música para nos lembrar da importância de Zé do Caixão. Além da música, a banda também lançou um vídeo clipe que contou com a participação original desse personagem incrível.
  • Após alguns anos de reclusão devido cirurgias no coração, Mojica foi homenageado pelo apresentador Geraldo no programa "Domingo Show" numa edição de 2019.


Sem sombra de dúvidas, Zé do Caixão é uma lenda viva que fez parte da infância de muita gente nascida nos anos 80/90.

Atualmente, Liz Vamp está dando continuidade a Linhagem do Sangue do pai, recuperando materiais de trabalho do mesmo que foram furtados e outros que quase foram para o  lixão.

Muitas pessoas aguardam o lançamento do ultimo trabalho cinematográfico de Mojica, feito antes de seu descanso médico, pois Zé do caixão representa com bravura a riqueza do cinema brasileiro.



Fontes de pesquisa:
Revista Galileu.

Itaú Cultural.
Wikipédia.


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