Vampiros - Contos Brasileiros.

O Brasil tem um Folclore muito rico, e como em muitos outros países, sempre há lendas sombrias para contar. Os Bebedores de Sangue não poderiam ficar de fora da lista, afinal, ele se tornou um ser clássico em todos os locais.

O Encourado é uma figura que representa medo e respeito no Nordeste do nosso país. Essa criatura se veste completamente de couro preto, exala um grande cheiro de sangue e durante a noite procura seres humanos para sugar-lhes a vitalidade (especialmente aqueles que não frequentam centros religiosos, pois sua espiritualidade está enfraquecida), mas como dificilmente consegue fazer os mesmos de vítimas, também busca se alimentar da sangria de animais que vivem em rebanhos.

Os habitantes das cidades por onde a lenda do Encourado é mais forte, ao pressentir a presença da criatura, oferecem-lhe o sacrifício de criminosos ou pequenos animais. Feito isso, acredita-se que ele vá embora. A oferenda, no entanto, deve ser pendurada na entrada principal da cidade ou da porta de alguém, pois, pelo que se sabe, o Encourado só entra pela porta da frente.

Em uma das muitas mitologias indígenas do Brasil, existe o Kupe-Dyeb (Cupendipe) e sua existência é relatada até hoje na oralidade dos Apinayé. 

Apesar de não possuir a sede de sangue caracterizada pelos vampiros, esses seres possuem asas de morcego, saem de suas grutas apenas durante a noite e atacam, com um machado em forma de lua crescente, as pessoas que desejam explorar montanhas proibidas e roubar suas riquezas.

Em Manaus, há relatos feitos nos anos 60, da presença de uma Vampira-Sereia que atacava os moradores, sugando o sangue através da jugular e deixando marcas de dentes em sua vítimas, exatamente como acontece nos ataques do Vampiros Europeus. Muitas pessoas a descrevem como uma mulher loira de pele translucida e dentes pontiagudos. Após os ataques, a vampira corria em direção ao Rio Negro e transformava-se em sereia, desaparecendo na água para que ninguém a capturasse. Alguns policiais foram investigar o caso vampírico da época após uma criança ser atacada, mas desistiram da caça quando perceberam a força de transmutação da criatura e sua grande velocidade.

Muitos outros casos de vampiros nos grandes centros urbanos são descritos por brasileiros, mas não são muito diferentes dos ataques feitos pela Vampira-Sereia de Manaus, exceto pela metamorfose em uma criatura das águas. O grande fato é que esses seres estão sempre procurando sugar a vitalidade das pessoas, afinal, O Sangue é Vida.

Vampiros - Povo Cigano, Loogaroos e Povo Ashanti.

Você já percebeu como as sociedades ciganas e as sociedades vampíricas tem algo em comum? A divisão de clãs e um gosto a mais pelo misticismo é um dos exemplos mais claros. Não é fácil encontrar documentos sobre o povo Gitano, pois seu conhecimento é quase sempre passado de forma oral. Mas podemos dizer, segundo algumas tradições, que a partir de uma sabedoria ancestral, incluindo uma cerimônia chamada Maithuna, as pessoas poderiam se tornar divinas ao unir  extremas energias opostas através da sensibilidade sexual. Muitos que não possuíam o equilíbrio das energias, quando sofriam uma morte antinatural tinham o risco de ficarem vagando na terra em busca de vitalidade e daí surgiam os Mulos, mortos-vivos que descansavam de dia e atacavam durante a noite. Alguns relatos mencionam que um Mulo macho que possuía grande atração por uma mulher em vida, poderia ter uma relação etérea (calma ou muito violenta) e engravidá-la, gerando um filho dessa união. Os filhos de vampiros com humanos ficaram conhecidos como Dhampir e estes possuíam alguns poderes, como o de detectar vampiros. A partir desse poder, muitos decidiram seguir a carreira de caçar vampiros e mandá-los para onde deveriam ir sem atormentar os vivos e espalhar o caos.

No Continente Africano, o vampirismo está fortemente ligado à feitiçaria. Em Granada muito se fala sobre as Loogaroo. Esses seres eram mulheres praticantes de grandes artes mágicas que a noite deixavam o seu próprio corpo na forma de uma bola de luz e iam em busca de energia pura, sendo as crianças e algumas criações de animais, suas principais vítimas.

Em Gana,  Africa Ocidental, o povo Ashanti tem uma mitologia fascinante. Lá existem mitos de criaturas vampirescas que vivem exclusivamente em árvores  e se alimentam de caçadores e passageiros que se perdem em meio as selvas mais densas do local. Duas dessas criaturas são o Asanbosam e o Sasabonsam. 

Enquanto o primeiro é mais parecido com o ser humano, exceto por suas pernas curvadas, como ganchos e dentes que aparentam ser de ferro, o segundo é muito parecido com o morcego, possuindo asas enormes pregadas aos seus braços curtos e grossos. Algumas lendas afirmam que essas criaturas chegam a ter uma envergadura de seis metros.

Na próxima postagem, o Alba Lupus irá relatar algumas lendas brasileiras sobre os tão falados Vampiros. Desejo uma semana intensa à todos!

Vampiros - Grécia, China e Romênia.

Na Grécia, muitos relatam que os Vampiros vinham para a terra através de uma espécie de ritual: As Lâmias, as Empusas, Mormo e até Hécate possuem candidaturas fortes para este fenômeno. Outros dizem  que as criaturas eram pessoas que haviam cometido crimes graves quando vivas ou alguém que houvesse morrido por suicídio e que após serem enterradas, tinham seus corpos amaldiçoados e se transformavam em algo maligno para vagar na terra. Eles chamavam esses seres de Vrykolakas. Para os gregos, os Vrykolakas tinham aparência humana, mas podia obter corpo de animais por metamorfose. 

A origem dos Vampiros na Tradição Judaico-Cristã é associada ao personagem bíblico Caim, que como foi descrito, após matar seu irmão foi amaldiçoado por Deus. O conteúdo dessa origem está na postagem anterior. Para saber mais Clique Aqui.

Conhecido como Chiang-Shih, uma criatura com unhas longas, olhos avermelhados e cabelos esbranquiçados, o vampiro toma conta das histórias chinesas desde 600 antes de Cristo. Para eles, o vampirismo era o crescimento da P'o, parte inferior da alma humana, que tinha aspectos animalescos e não passava para a pós-vida no momento de sua morte física.

Na Romênia as almas atormentadas são chamadas de Strigoi (Forma Masculina) e Strigoaica (Forma Feminina)  e além de levar a vitalidade dos seres humanos através do sangue, esses seres possuem poderes mágicos, como invisibilidade e metamorfose. O nascimento dos Strigois e Strigoaicas podem ser da seguinte forma: Pessoas vivas que fazem o uso da magia negra para se transformar ou Almas que tiveram uma vida atormentada e não conseguiram se desprender do corpo após a morte.

Outras versões são encontradas em diferentes culturas, e todas combinam fatos históricos com a crendice regional. Grande parte dos povos possui uma entidade sobrenatural que alimenta-se de sangue, imortal e considerada maldita. O mito do vampiro é um ponto comum entre várias civilizações desde a Antiguidade. Em breve o Alba Lupus trará mais algumas lendas, inclusive lendas Brasileiras, sobre estes seres tão misteriosos.

De onde surgiu a crença em Vampiros?

Toda ordem de seres mágicos tem seus próprios domínios; eles vivem numa realidade própria e paralela a nossa, suas intrusões são raras e acontecem em situações especiais. Não tem um corpo físico, ao contrario do Vampiro, por mais que ele esteja "morto". Marcos Torrigos: Vampiros - Origens, lendas e mistérios.

Vampiro: Do eslavo arcaico Obyri ou talvez Wampir, da Bulgaria.

A antivida desse ser é descrita pela violência, sede de sangue, horror e uma paixão que vive nas sombras. Talvez a origem de suas lendas sejam baseadas na antiga história de que através do beijo seria possível se apoderar da alma de uma pessoa. Então os Vampiros são visto como seres que drenam energia, condenados a viver na eternidade paradoxal entre os mundos.

A ideia de beber sangue surgiu quando o homem descobriu que o sangue era fonte de vitalidade. Descrições de vampiros são encontradas nas antigas cerâmicas da Babilônia anos antes de Cristo e a crença nesses seres demoníacos vive até hoje.

A tradição judaico-cristã, prega a origem dos vampiros associada aos personagens bíblicos Caim e Abel. Caim foi amaldiçoado por Deus pelo assassinato de seu irmão, Abel. Os Anjos do Criador foram até ele exigir que se redimisse. Orgulhoso, recusou-se e acatou as punições impostas pelos Anjos. A partir deste momento, Caim via-se condenado a solidão e vida eterna, temendo o fogo e a luz, longe do convívio dos mortais.

Durante muito tempo Caim vagou pelo mundo até chegar a um local, onde conheceu Lilith, uma mulher que lhe ensinou as poderosas artes do sangue e com seu poder Caim construiu uma próspera cidade. Mas apesar disso ele não era feliz, pois tudo era passageiro e as pessoas que amava morriam logo. Dessa maneira ele resolveu transformar os humanos que lá viviam em seres como ele, assim surgiram os primeiros vampiros.

Praticas ortodoxas de ex-comunhão faz mais forte a crença nesse ser. Quando os padres colocavam uma ordem de ex-comunhão, eles amaldiçoavam a pessoa com palavras como ''A terra não receberá seu corpo'', que é o mesmo que dizer ''Quando seu corpo morrer você não voltará ao pó, sua alma não descansará em paz e Deus não irá lhe receber''.

Até 1823, as pessoas da Inglaterra enfiavam estacas no coração dos suicidas, pois acreditava-se que estes retornariam como mortos-vivos devido ao fato de que sua alma seria amaldiçoada como consequência de praticar o maior ato contra a vontade de Deus (suicídio). Hoje é na Transilvânia que a lenda dos vampiros tem seu apelo mais forte.