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domingo, 14 de julho de 2019

Poesia do silêncio


Nestas horas mortas que a noite cria, 
entre um e outro verso do pavoroso poema, 
que sob a pálida luz de uma vela eu lia, 
me chegavam antigas lembranças de um dilema.

Quanto amargo e dissabor o silêncio produz!
Entre as sombras vacilantes da noite, chegam em formas indefinidas
que sobre minha cabeça pairam, aves e outras criaturas aladas
que de infernal recônditos alçam vôo até minha mente, a perturbar minh´alma.

Essas formas indefinidas das sombras criadas pelo medo,
ocupando o vazio do meu ser, preenchendo o que antes era de sentimentos sublimes
e agora, somente o sentimento de dor.
O que antes era alegria, agora é somente dissabor.

Que pena paga um condenado pelos sentimentos! Que martírios mais terei que suportar?
Como um medo tão latente do desconhecido, pode tanto me apavorar?
Será do vazio de minha alma que sinto medo?
Ou do esquecimento do meu ser, por outro já amado?

Não é o fim da vida que treme minha alma, mas o fim do sentir-se bem eterno.
Não mais existir não é tão doloroso quanto o existir sem ser notado,
ou amar sem ser amado,
ou perder o que jamais será recuperado.

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